Foi realizado semana passada um seminário para discutir os impactos da mineração na região de Juazeiro. Cerca de 50 representantes de comunidades rurais, pastorais sociais, movimentos sociais, sindicatos e ONG’s estiveram presentes na atividade, que aconteceu no Centro de Treinamento de Líderes, em Carnaíba do Sertão, em Juazeiro. Entre os dias 13 e 16 de outubro, será realizada a Jornada da Mineração, com visitas às comunidades, atividades com escolas e universidades, denúncia nos meios de comunicação e órgãos públicos, entre outras ações.
Durante o seminário, foi apresentado um diagnóstico sobre os avanços e impactos que a atividade mineral tem gerado nas comunidades e como as famílias estão resistindo em nove municípios da região: Juazeiro, Curaçá, Uauá, Casa Nova, Sobradinho, Sento Sé, Pilão Arcado, Remanso e Campo Alegre de Lourdes.
A atividade mineral na região, mesmo grande parte em fase de pesquisa, já apresenta vários danos ao meio ambiente e às comunidades rurais, como desmatamento de árvores nativas; contaminação de aguadas, causado morte de animais; e problemas de saúde nas pessoas, gerado pelo pó da extração mineral.Outro problema apontado no diagnóstico é a respeito da localização das pesquisas de minérios. Muitas autorizações de pesquisas são concedidas para acontecer em áreas tradicionais de fundos de pasto, assentamentos de reforma agrária e margens de rios e riachos.
Os minérios mais cobiçados para pesquisa na região são ferro, manganês e fosfato, seguidos de quartzito, granito, cobre, mármore e níquel.
Nas discussões realizadas durante o seminário, os participantes puderam conhecer também a realidade da mineração na Bahia, no Brasil e no mundo, percebendo que o crescimento deste setor não é exclusivo do semi-árido, mas sim um dos empreendimentos que mais gera lucro para empresas e governos. Conclui-se também que os avanços da mineração fazem parte de um contexto mais amplo, que é o de um modelo de desenvolvimento consumista.
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