quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Seminário define estratégias para enfrentar ação de mineradoras na região




Foi realizado semana passada um seminário para discutir os impactos da mineração na região de Juazeiro. Cerca de 50 representantes de comunidades rurais, pastorais sociais, movimentos sociais, sindicatos e ONG’s estiveram presentes na atividade, que aconteceu no Centro de Treinamento de Líderes, em Carnaíba do Sertão, em Juazeiro. Entre os dias 13 e 16 de outubro, será realizada a Jornada da Mineração, com visitas às comunidades, atividades com escolas e universidades, denúncia nos meios de comunicação e órgãos públicos, entre outras ações.
Durante o seminário, foi apresentado um diagnóstico sobre os avanços e impactos que a atividade mineral tem gerado nas comunidades e como as famílias estão resistindo em nove municípios da região: Juazeiro, Curaçá, Uauá, Casa Nova, Sobradinho, Sento Sé, Pilão Arcado, Remanso e Campo Alegre de Lourdes.
A atividade mineral na região, mesmo grande parte em fase de pesquisa, já apresenta vários danos ao meio ambiente e às comunidades rurais, como desmatamento de árvores nativas; contaminação de aguadas, causado morte de animais; e problemas de saúde nas pessoas, gerado pelo pó da extração mineral.
Outro problema apontado no diagnóstico é a respeito da localização das pesquisas de minérios. Muitas autorizações de pesquisas são concedidas para acontecer em áreas tradicionais de fundos de pasto, assentamentos de reforma agrária e margens de rios e riachos.
Os minérios mais cobiçados para pesquisa na região são ferro, manganês e fosfato, seguidos de quartzito, granito, cobre, mármore e níquel.
Nas discussões realizadas durante o seminário, os participantes puderam conhecer também a realidade da mineração na Bahia, no Brasil e no mundo, percebendo que o crescimento deste setor não é exclusivo do semi-árido, mas sim um dos empreendimentos que mais gera lucro para empresas e governos. Conclui-se também que os avanços da mineração fazem parte de um contexto mais amplo, que é o de um modelo de desenvolvimento consumista.

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