Imagine um roteiro de viagem assim: Pirapora (MG), Buritizeiro (MG), Xique-Xique (BA), Barra (BA), Barragem de Itaparica (PE), Cabrobó (PE). De barco, carro, helicóptero e avião, o presidente Lula percorrerá todas estas localidades no intervalo de três dias esta semana, para visitar as obras de transposição do Rio São Francisco.
Há semanas, militares, assessores da Presidência e funcionários do ministério da Integração Nacional (do ministro Geddel Viera Lima), quebram a cabeça para fechar o roteiro e viabilizar a visita, cuja logística é complicadíssima. Em duas ocasiões, o presidente terá de dormir em alojamentos, na própria região das obras (lotes 11 e 1).
A viagem é mais do que uma demonstração da importância que o governo dá à polêmica obra. O presidente a considera capaz de salvar para sempre da seca o sertão nordestino, região onde nasceu. O sucesso da transposição seria um de seus principais legados.
É também um expressivo gesto para prestigiar o pemedebista Geddel Vieira Lima, que, se não é petista desde criancinha (muito pelo contrário!), será importante peça no apoio do PMDB ao projeto Dilma. Geddel vai surfar nas águas ainda não transpostas do São Francisco.
(A partir desta segunda, embarco na viagem precursora à presidencial. A redação do blog fica transferida para os sertões.)
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