Embora não tenha nascido no Sertão, e sim em Caruaru (às margens do rio Ipojuca), Vitalino Pereira dos Santos imortalizou-se como Mestre ceramista retratando os mais diversos personagens, muitos característicos da região sertaneja: retirantes, vaqueiros, pastores, padres, Lampião, Maria Bonita e seu bando de cangaceiros...
Sua história artística começou despretensiosamente na infância, quando o pequeno Vitalino moldava em cerâmica pequenos animais, bonecos, louças, e os punha para assar no forno contruído pelo pai, humilde lavrador, junto com as peças da mãe. As criações de mãe e filho eram levadas à feira de Caruaru em cangalhas de jegue, onde eram vendidas. O que parecia apenas uma brincadeira de menino tornou-se algo sério e as miniaturas de Vitalino, cada vez mais diversificadas, passaram a ser produzidas por encomenda. Com o tempo, o sucesso do Mestre foi aumentando e ele, que até 1950 era analfabeto e carimbava suas peças, aprendeu a escrever o próprio nome e autenticar sua arte.
Após criar escolas, ensinar sua arte e alcançar reconhecimento internacional, Vitalino morreu deixando seu legado artístico para os filhos Severino e Amaro, que continuaram cuidando para que a obra de Mestre Vitalino continuasse sendo reproduzida.
Apreciada nacional e internacionalmente até os dias de hoje (saiu do agreste pernambucano, espalhou-se pelo Brasil alcança diversos outros países!), encanta por sua sensibilidade e riqueza de detalhes, formas que expressam a beleza e a cultura de um Sertão com uma delicadeza só alcançável pelos olhos de um menino que, apesar do tempo, Vitalino nunca deixou de ser.
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